quinta-feira, 17 de novembro de 2016

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 Blog do prof João Carlos

domingo, 4 de setembro de 2016

Livros Online



ENSINO DE HISTÓRIA E MEMÓRIA NO CONTEXTO DO OESTE DO PARANÁ

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  file:///C:/Users/Acer/AppData/Local/Temp/Florestan%20Fernandes%20-%20A%20revolu%C3%A7%C3%A3o%20burguesa%20no%20Brasil.pdf


dez livros de Florestan Fernandes: 

https://farofafilosofica.com/2018/01/28/florestan-fernandes-10-livros-para-download/





 Livro OnLine:


  file:///C:/Users/Acer/AppData/Local/Temp/DERMEVAL%20SAVIANI%20-%20Historia%20das%20ideias%20pedagogicas%20no%20Brasil%20[2%C2%AA%20ED].pdf





Livro Online:



https://drive.google.com/file/d/1Dyp65_7TmggwtDxJlZOw7gUSdGIEL4-9/view?fbclid=IwAR1PUMecitEtOcjtSo7N12XzYG8uL8bpmK_hSe17xpwtsegs9tMu0Rgpzn0




 

Resultado de imagem para historia e memoria

https://mega.nz/fm

História e memória da educação em Cascavel

Estas imagens também podem ser acessadas junto ao banco de imagem do Museu da Imagem e do Som de Cascavel, (MIS)    http://www.cascavel.pr.gov.br/museu/












quinta-feira, 18 de agosto de 2016

30 filmes sobre história do Brasil




Descobrimento do Brasil / Período colonial do século 16
– Caramuru, a Invenção do Brasil
– A Missão
– Desmundo
– Como Era Gostoso o Meu Francês
– Hans Staden
– República Guarani

Brasil Colônia
– Carlota Joaquina
– Xica da Silva
– Tiradentes, o filme
– Independência ou Morte
– Os Inconfidentes
– Quilombo

Reinado
– Mauá, o Imperador e o Rei
Guerra do Paraguai
– Netto Perde Sua Alma
República da Espada
– Policarpo Quaresma

Imigração japonesa
– Gaijin: Os Caminhos da Liberdade
Começo do século 20
– Eternamente Pagu
Estado Novo e Era Vargas
– Olga
– Lamarca
– Memórias do Cárcere
Ditadura Militar
– Jango
– O que É Isso, Companheiro?
– Bye Bye, Brasil
– Pra Frente, Brasil
– Cidadão Boilesen
– Hércules 56
– Cabra Marcado Para Morrer
– O Bom Burguês
– Batismo de Sangue
– Zuzu Angel
Guilherme Dearo | 03/11/2011
(Guia do Estudante)

70 FILMES PARA VOCÊ ESTUDAR HISTÓRIA



   
Pré-história
A Guerra do Fogo
– 10.000 a.C.
– O Elo Perdido
Grécia Antiga e helenística
300
– Alexandre
– Tróia
Império Romano
– Asterix
– Gladiador
– Calígula
– Átila, o Huno
– Augustus
– Spartacus
Idade Média/Feudalismo
– O Nome da Rosa
– O Incrível Exército de Brancaleone
– Cruzada
– Coração Valente
– Joana D’Arc
– O Sétimo Selo
Grandes Navegações
– 1492 – A Conquista do Paraíso
– Cristóvão Colombo – A Aventura do Descobrimento
Absolutismo
– O Homem da Máscara de Ferro
– Cromwell
Reforma Protestante
– Lutero
Renascimento
– Dom Quixote
– Agonia e Êxtase
– Shakespeare Apaixonado
– Giordano Bruno
Revolução Francesa
– Danton
– Maria Antonieta
– A Queda da Bastilha
Revolução Industrial
– Tempos Modernos
– Germinal
Rússia pré-revolução e Revolução Russa
– Rasputin
– O Encouraçado Potenkim
– Reds
Segunda Guerra Mundial e nazismo
– O Grande Ditador
– A Vida É Bela
– Pearl Harbor
– A Queda
– A Última Bomba Atômica
– Cartas de Iwo Jima
– O Resgate do Soldado Ryan
– Arquitetura da Destruição
– Europa, Europa
Guerra Fria
– Dr. Fantástico
– Os 13 Dias que Abalaram o Mundo
– Boa Noite e Boa Sorte
– Intriga Internacional
– Topázio
– O Dia Seguinte

Guerra do Vietnã
– Platoon
– Apocalipse Now
– Corações e Mentes
Luta dos direitos civis dos negros
– Mississipi em Chamas
– Malcolm X

América Latina das décadas de 1950 e 1960
– Diários de Motocicleta
– Chove Sobre Santiago
– O Segredo de Seus Olhos

África no século 20
– O Último Rei da Escócia
– Diamante de Sangue
– Hotel Ruanda
– O Jardineiro Fiel
Crise do socialismo, fim da União Soviética
Adeus, Lênin
Conflito entre Israel e Palestina
Lemon Tree
– Paradise Now
– Promessas de um Novo Mundo
Terrorismo, guerras dos anos 2000
Guerra ao Terror
– Restrepo
– Caminho para Guantánamo
– Fahrenheit 9/11
Guilherme Dearo | 27/10/2011
(Guia do Estudante)

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

História e historiografia da educação na região oeste do Paraná: alguns apontamentos





RESUMO
Este artigo examina a produção acadêmica no campo da História da Educação na região Oeste do Paraná, tendo como ponto de partida os Programas de Pós-Graduação em Educação. Trata-se de um ensaio bibliográfica apresentando a produção existente  por esse grupo de pesquisadores, as perspectivas e desafios postos em História da Educação. A necessidade de um balanço sobre este tema surge da necessidade de um mapeamento de forma á apontar os temas mais abordados e as lacunas existentes. Tais estudos são necessários ao possibilitar a compreensão do estado atingido pelos temas priorizados, às fontes, os períodos recortados, as abordagens teórico-metodológicas e os recortes geográficos. Este mapeamento possibilita o processo de inventariar essa produção traçando tendências, as revisões necessárias, para discutir e saber o que foi produzido, como foi produzido e o que está ou ainda pode ser produzido. Nos últimos anos tem se produzido um numero significativo de pesquisas acerca do levantamento da produção acadêmica diante da necessidade colocada na área de um balanço crítico sobre a produção na área, conforme Lombardi (1993); LOPES; GALVÃO, (2001); Fonseca (2003). Este tipo de produção é realizado a partir do mapeamento de “onde”, “quem”, “quando” e como foram produzidos os textos, no sentido de inventariar, relacionando ou comparando as produções. Identificamos um importante crescimento de pesquisa sobre a história regional nos últimos anos decorrente da expansão dos programas de Pós-graduação na região oeste, não se restringindo somente ao programa em educação da UNIOESTE, mas se fazendo presente em outras instituições. No conjunto da produção verifica-se uma emergência de novos estudos e perspectivas de abordagens. Ao dar visibilidade aos trabalhos produzidos, vimos à necessidade de construção de redes de pesquisadores no sentido de impulsionar novas investigações.

Palavras-chave: Historiografia, história da educação, região oeste do Paraná.

Introdução   
           Nos últimos 40 anos, o processo de urbanização transformou radicalmente a paisagem e as relações sociais no oeste paranaense, momentos da passagem de um modelo rural para modelo urbano-industrial de desenvolvimento. As atividades educacionais e a constituição da escola pública expressam essas transformações. Diversos autores contribuíram na escrita sobre esses acontecimentos: Emer (1991), Sperança (1992), Kuiava (2012) e Piaia (2013).
           Outras tentativas de síntese acerca da escrita desta história foram feitas como: Sabardelotto (2010) que discute a educação na mesorregião Oeste do Paraná. Brocardo (2014) em A historiografia recente sobre Cascavel/PR: identidades e a ação das madeireiras também fazem contribuições neste levantamento. Silva (2010), em Guia de Fontes para a História da Educação na Região Oeste do Paraná, reúne um significativo número de obras de autores diversos, com conteúdos variados, de diferentes áreas do conhecimento. Tal publicação permitiu dar um passo importante, no sentido de levantar e catalogar fontes, voltada aos interessados em compreender este processo. Este tipo de analise tem caraterísticas provisórias, estando sujeito a críticas e constantes atualizações.
             Essas iniciativas também incluem a produção do grupo de pesquisa “História e Historiografia da Educação – HEE”, iniciado em 2000 e “História, Sociedade e Educação no Brasil – GT da Região Oeste do Paraná – HISTEDOPR”, ambos na UNIOESTE. Considerando que ainda é recente a linha de pesquisa em Historia da educação, no âmbito do Mestrado, da UNIOESTE, decidimos por ampliar o campo geográfico das produções onde se localizam outros programas de mestrado na área, tendo a historia da educação como palavra-chave e eixo temático.
            Este artigo está organizado em três partes que se inter-relacionam: a primeira faz alguns apontamentos acerca do debate historiográfico, à segunda, traça um percurso das atividades acadêmicas locais no campo da historia da educação, a partir de uma interlocução com o Programa de Pós-graduação: Memória, Linguagem e Sociedade, UESB/BA. Por fim, na terceira parte faz um breve balanço acerca da produção acadêmica neste campo sobre a região Oeste. Ao final apontamos sugestões a serem consideradas por aqueles que trilham por esse caminho.
           
A historiografia e a História da Educação
         Por volta dos anos 60, no Brasil, as concepções de história como ciência neutra e objetiva, particularmente presente nos manuais de História da Educação, começam a ser discutidos, mas de fato florescem nos anos posteriores a ditadura civil militar, quando volta ser acessível às obras de Marx e Engels. O materialismo histórico passará a exercer uma forte influencia na historiografia educacional. Nesse sentido, cabe destacar o importante papel, dentre outros grupos e intelectuais, aqueles vinculados ao HISTEDBR.
            Marx, ao desenvolver sua concepção materialista da história, enfatizou que o modo pelo qual a produção material de uma sociedade é realizada, constitui o fator determinante da organização política e das representações intelectuais de uma época. Assim, a base material ou econômica constitui a "infraestrutura" da sociedade exercendo influência direta na superestrutura, isto é, nas instituições jurídicas, educacionais e políticas.   
       A partir dos anos de 1980, há uma recepção pela Historia da Educação  pelas correntes historiográficas de origem francesa, no campo educacional.  Ressaltando este debate historiográfico, Eliane Marta Teixeira Lopes e Ana Maria de Oliveira Galvão (2001), consideram que a História da Educação vem estabelecendo relações com diversos outros campos da História e apontam outros domínios de estudos sobre a “História da Educação”, como, por exemplo, História do Ensino, História do Livro e da Leitura, História das Crianças e dos Jovens, História das Mulheres-Professoras, História das Instituições, entre outros.  
             A “nova” historiografia educacional apareceu de forma gradativa, ficando claramente delineada a partir de meados da década de 1990, mediante ampliação da pesquisa educacional no Brasil com a coexistência de diferentes concepções teórico-metodológicas. Lombardi (1993) argumenta, por sua vez, que estas questões não são próprias e exclusivas dessa nova historiografia educacional, por serem problemas que têm suas raízes nas teorias da História, ao fazer um questionamento tanto do chamado “mundo moderno”.   
            A partir da década de 1990, o fortalecimento da Pós-Graduação no país evidenciava-se não apenas no crescente volume dos trabalhos defendidos como na abertura de programas nas diversas universidades brasileiras, fazendo assim a História da Educação  um campo em expansão. Neste mesmo período avultam espaços de socialização e divulgação da produção existente, como: Congressos Ibero-americanos (1992), Luso-brasileiros de História da Educação (1996), Associação Sul-rio-grandense de Pesquisadores em História da Educação/ ASPHE (1996), Sociedade Brasileira de História da Educação/ SBHE (1999). Somam-se a este movimento os Seminários Nacionais (1991)  e as Jornadas do HISTEDR  (2002).
              Entendemos que a produção historiográfica em tela não emerge descolada do conjunto da produção educacional brasileira, mas se dá no interior dos trabalhos que têm por objetivo analisar a pesquisa educacional no Brasil – inclusive a produção histórico-educacional. O contexto das transformações do final do século XX, caracterizado pelo fim do bloco socialista; crise mundial do capitalismo; profundas mudanças no processo de produção baseadas na informática, na robótica, na microeletrônica, na biogenética e na biotecnologia trouxeram novos elementos no fazer da operação historiográfica.
            A partir principalmente da contribuição da nova história brota o conceito ampliado de fontes documentais. Por sua vez, despertará essa corrente, de modo muito especifico na História da Educação, um grande interesse em coletar, organizar, sistematizar documentos escritos, inscritos, orais entre outros, que constituem a memória da educação nacional, regional, local em sua rede publicas, privadas entre outras.
  E hoje, se há certa unanimidade na contribuição da nova historia quanto à ampliação do conceito de fontes documentais, também não há duvida, que a apreensão pelo campo da história da educação com relação a correntes teóricas marxistas, continuam bastante demarcadas, o que não significa que não haja o dialogo, a mediação de suas abordagens com a da nova história, A diferenças fundante é justo o modo como cada uma delas coloca em evidencia a educação e a sociedade. De modo sintético, diríamos que do ponto de vista marxista, há uma predominância dos estudos da das condições materiais e a luta de classe que presidem a realidade histórico educacional em relação parte todo. Já na chamada história dos analles ou história nova não expressa todas as suas variantes, se centra mais no chamado “mundo da cultura” e sua autonomia dentro da totalidade. Com base nas discussões acima, o HISTEDOPR – Região Oeste do Paraná vem estabelecendo diálogos com os Grupos do HISTEDBR para o desenvolvimento de suas ações.   

A presença do grupo de pesquisa              
              O HISTEDBR, se organizou, cresceu e estruturou-se a partir de 2003, na Unioeste – Campus de Cascavel. Vem se estruturando, e está procurando integrar ensino, pesquisa e extensão, articulando primeiro, segundo e terceiro graus e com a comunidade para garantir um melhor conhecimento sobre a história da educação, principalmente a regional.  O grupo nasceu com o objetivo de promover pesquisas e estudos na área história da educação. Está vinculado ao Grupo de Pesquisa em "História, Sociedade e Educação no Brasil" - HISTEDBR – que tem abrangência nacional e organiza-se por meio de Grupos de Trabalho (GTs) regionais, no "Levantamento, a Organização e a Catalogação de Fontes Primárias e Secundárias para a História da Educação na região Oeste do Paraná". 
            A filosofia do grupo é desenvolver e estimular a pesquisa e o conhecimento da ou sobre a região. Nesse sentido, seus membros se empenharam em organizar um Curso de Especialização Lato Sensu em História da Educação Brasileira, com 40 vagas, a partir de 2004, e nele privilegiando no processo seletivo, os candidatos que pretendiam desenvolver pesquisa, específicas sobre a História da Educação da e/ou na região Oeste do Paraná, ou mais especificamente na área de abrangência da Unioeste. Foram ofertadas três turmas entre 2004 a 2008, cujos resultados incrementaram a pesquisa e o conhecimento da história da educação regional[1].

Estudos no Pós-doutorado
      Após 15 anos atuando na UNIOESTE como professor do Curso de pedagogia, desenvolvendo atividades, ministrando disciplina e orientando Dissertações junto ao Programa de Pós-graduação em educação na área de Historia da Educação, a possibilidade de interlocução com pesquisadores de áreas afins e de outras instituições se apresenta como desafiador e necessário. 
        Dessa forma, a opção por um Pós-doutorado na área da educação, para além de atender ao desafio pessoal e profissional, visa também contribuir com o grupo de pesquisa e do próprio programa na linha de Historia da Educação a qual sou vinculado, como membro pesquisador do grupo HISTEDBR/UNICAMP - História, Sociedade e Educação no Brasil – GT de Cascavel/ Região Oeste do Paraná, fazendo estudos e pesquisas sobre a escola pública no Brasil.       
         No projeto apresentado para o Estágio de pós-doutoramento intitulado: Historia da educação: memória fontes e arquivos tiveram como objetivos: Examinar a história da Educação no Oeste do Paraná suas mudanças e implicações mediante análise das fontes e legislação correspondente; Discutir a historia da educação no Brasil e por fim analisar as práticas de arquivamento dos documentos acerca da historia da educação.
        Durante nossa presença junto ao estágio Pós-doutoral no Programa de Pós-graduação: Memória, Linguagem e Sociedade, UESB/BA, Vitoria da Conquista, participamos de um conjunto de atividades incluindo reuniões do grupo de pesquisa, sobre historia e memória e estabelecendo uma agenda de trabalho que envolvia participação nas atividades do museu pedagógico, com mestrandos e doutorandos. As reuniões do grupo se constituíram em importante espaço de interlocução acadêmica e de aprofundamento teórico de temas relacionados ás questões conceituais e metodológicas.
                 O Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, situado em Vitória da Conquista, Bahia, tem sido lócus importante das atividades do pós-doutorado, conhecido como um lugar destinado não só à pesquisa, à extensão e ao estudo sobre a história da educação nacional e regional, com uma forte preocupação na catalogação de fontes documentais primárias, cartográficas, iconográficas, fílmicas, sonoras, literárias, estatísticas, sejam elas orais ou escritas, tendo em vista possibilitar diferentes olhares e leituras interdisciplinares sobre o mesmo objeto, ou seja, a educação.  Constitui-se espaço de produção de conhecimentos, reflexões, pesquisa e produção de saberes, sobre questões relacionadas à trajetória da educação.
                  Outra atividade desenvolvida foi o levantamento sobre a produção acadêmica acerca do tema memoria, com a participação de alunos da iniciação científica, mestrandos e doutorandos. Esta atividade foi iniciada no mês de julho de 2015 com previsão de término para novembro de 2016, cujo resultado final será sistematizado na organização e publicação de uma coletânea. O estágio de Pós-doutoramento junto teve como enfoque o aprofundamento dos aspectos conceituais.  
              A rigor, a produção de pesquisas em educação teve aumento significativo com a criação dos Programas de Pós-graduação no Brasil, sobretudo a partir de 1990. O debate em torno das principais questões da pesquisa histórico-educacional no Brasil está diretamente relacionado ao trabalho individual ou coletivo de pesquisadores em sua maioria ligados às instituições universitárias, fruto da criação e consolidação dos programas de Pós-Graduação brasileiros. Neste movimento, o tema da memória tem sido pouco abordado no que tange ao levantamento da produção acadêmica.
                 A necessidade de um balanço sobre este tema surge da necessidade de um mapeamento de forma á apontar os temas mais abordados e as lacunas existentes.                    Tais estudos são necessários ao possibilitar a compreensão do estado atingido pelos temas priorizados, às fontes, os períodos recortados, as abordagens teórico-metodológicas e os recortes geográficos. Entendemos que este mapeamento possibilita o processo de inventariar essa produção traçando tendências, as revisões necessárias, para discutir e saber o que foi produzido, como foi produzido e o que está ou ainda pode ser produzido.
                  O tipo de levantamento desta natureza muitas vezes está sujeito a críticas e reelaboração. Objetivando contribuir com este levantamento que o Grupo de Estudos e Pesquisas em “História e Memória das Políticas Educacionais e Trajetórias Sócio-geracional” do Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
Tomou esta iniciativa.  

Aspectos históricos sobre o Oeste paranaense
     O Oeste paranaense é ocupado efetivamente entre os anos de 1940 e 1970, mediante o estabelecimento dos colonos vindos do Sudoeste do Paraná e mais tarde por italianos e alemães procedentes do Rio Grande do Sul e Oeste de Santa. Com a exaustão da madeira, outros perfis de trabalhadores começaram a habitar a cidade, como profissionais especializados na mecanização da agricultura. 
     Anterior à colonização propriamente dita, a região era ocupada por índios, principalmente da tribo dos guaranis que, perseguidos pelos bandeirantes, tiveram que fugir para a Região dos Sete Povos das Missões no Rio Grande do Sul, para o Uruguai e Paraguai. Assim como nas demais regiões do Brasil, a primeira preocupação dos colonizadores era com a posse da terra. 
     Cascavel inicialmente pertencia ao Distrito de Foz do Iguaçu, emancipou-se somente em 14 de dezembro de 1952. Devido à sua localização geográfica, sempre foi muito bem vista pelos colonos pioneiros que visitavam frequentemente a região, pois queriam torná-la um polo-regional, visando à exploração de suas terras, no espaço urbano disputado constantemente para a instalação de indústrias.
     O processo de urbanização do município de Cascavel ocorreu simultaneamente às mudanças que se desencadearam no panorama histórico nacional, mais precisamente a partir da década de 50, marcado direta e imediatamente pelo impacto provocado pelas transformações sociais, que estavam ocorrendo no país naquele momento, mediante o projeto nacional-desenvolvimentista em curso, baseado na industrialização.
        No auge do desenvolvimento industrial, é que a região de Cascavel crescia economicamente, com a produção de suínos, soja, café e madeira, principalmente, e tal processo tendia a vigorar nas próximas décadas. Aos poucos a ocupação urbana se configurou, instalando-se os latifundiários, que modernizaram o cultivo da terra, utilizando ferramentas sofisticadas, para atender às exigências do mercado, prejudicando os colonos que trabalhavam com a terra, para obter o sustento, aumentando o contingente de imigrantes, e expandindo a população de maneira acelerada[2].
     Cascavel favorecida por sua posição geográfica e econômica, impõe-se politicamente sobre os demais municípios. Segundo o IBGE (2015), atualmente, sua população é estimada em 312.778 habitantes. À medida que foi aumentando a produção, cresceu a população e a economia se inseriu no contexto nacional e trouxe junto o êxodo rural. Assim, de uma região eminentemente rural no passado, a partir dos anos 80 com os processos de desenvolvimento e com a inserção da tecnologia no campo, hoje predomina a urbanização, trazendo junto novos desafios. Neste contexto, a escola constituiu-se uma das primeiras e principais preocupações e a educação tem se constituído num importante fator de lutas e mobilizações sociais.
       Na década de 1970 a Região Oeste do Paraná caracterizou-se pela mudança econômica do ciclo madeireiro para a cultura da soja, marcado pelo desenvolvimento nas áreas de transportes e do comércio, que levou ao fluxo migratório e pelo êxodo rural. Esses acontecimentos marcaram a inserção de Cascavel no mundo da política estadual e nacional, tornando-se polo agroindustrial. 
                 Simultâneo a esse processo a construção da usina Hidrelétrica de Itaipu (1974-1982), desencadeou estratégias para viabilizar o projeto de desenvolvimento regional, Essa região foi estrategicamente escolhida pela riqueza natural e características hegemônicas dos grupos que aqui se consolidaram, cenário ideal para o empreendimento de grandes projetos, inclusive na área educacional.
                 Foi neste contexto, que emergiu o Projeto MEC/OEA, no sentido de atender a demanda pela escola com o discurso de qualidade, cuja necessidade era ampliar a oferta da educação, treinar recursos humanos e melhorar o rendimento da escola primária. A implementação do Projeto Especial Multinacional de Educação Brasil, Paraguai e Uruguai- MEC/OEA, entre 1975 a 1983, foi um marco importante na historia educacional da região Oeste[3], sendo objeto de pesquisa nos trabalhos de conclusão de curso. 
            Segundo Emer (1991) o crescimento populacional foi maior na área rural, pela chegada dos migrantes de outras regiões do país. Essas famílias se estabeleceram no campo na condição de arrendatários e como não havia escolas nessas áreas mais afastadas, as crianças permaneceram sem estudar.
            As escolas existentes funcionavam de forma precária, devido o processo de transformação da superação de um sistema produtivo por outro, a população rural, não proprietária tinham grande mobilidade. A residência tinha um sentido provisório e temporário. Nessas condições as escolas, com prédios de madeira, eram transferidas de um lugar para outro.
             Outros aspectos marcaram as condições da escola nesse período, destacados por Emer em seus estudos, como a falta de formação dos professores, carência de material didático, a centralidade das questões pedagógicas e burocráticas das equipes de supervisão da Secretaria de Educação, a tendência tecnicista como aparato teórico, os quais levaram a baixa qualidade da escola.
            Para Emer, houve dois momentos que ele denomina de colapso na educacional regional e que recaiu sobre determinados segmentos sociais. O primeiro na população rural, e o segundo na população advinda do êxodo rural, que se estabeleceram nas periferias urbanas das principais cidades da região, caracterizando “a relação existente entre o atendimento escolar e, ou a falta dele, e as condições de classe social” (idem, p. 285).
               No final da década de 1960, início da década de 1970, que a população rural se deslocou para a área urbana, criando uma demanda que exigiu novos encaminhamentos para as discussões sobre a educação na região, e consequentemente para a expansão da escola:
A primeira delas foi a partir da mobilização social em Cascavel e municípios próximos, para a criação dos primeiros cursos de nível superior (1972); a segunda, a partir de 1974, pela implantação na região da “reforma de ensino”, determinada pela Lei 5.692/71; a terceira pela implantação da (1975) do Projeto Especial de Educação – MEC/OEA; a quarta, a criação (1980), sucedendo esse projeto, da Associação Educacional do Oeste do Paraná – Assoeste (EMER, 1991, p. 285-286).
               A região Oeste do Paraná é relativamente nova, se tomarmos como referência a história do Paraná e do Brasil. No entanto, apesar de ser de colonização recente, sua localização geográfica nas proximidades com a Argentina e com o Paraguai e pela facilidade de deslocamento para a região Sul, para o Sudeste e Centro-Oeste, bem como para a capital do Estado, tem facilitado o encontro e o convívio de culturas permitindo a realização de experiências bastante ricas e diversificadas.
               Conforme Emer (1991), a escolarização da Mesorregião Oeste do Paraná, passou por quatro fases a saber: escolarização particular domiciliar, casa escolar particular, casa escolar pública e grupo escolar. A primeira escolinha em Cascavel, em 1932, foi fruto da construção da primeira igreja, local onde foi construído o primeiro núcleo urbano do povoado denominado Cascavel. Foi neste ano que teve início o processo educacional no então vilarejo de Cascavel. A partir deste momento, a institucionalização da escola primária foi se estruturando seguindo s políticas que emanavam do governo do Estado do Paraná.

A produção acadêmica
               Nesta dinâmica de sistematização da produção existente, Silva (2010), no Guia de Fontes para a História da Educação na Região Oeste do Paraná, reuniu um significativo número de obras de autores diversos, com conteúdos variados, de diferentes áreas do conhecimento. Tal publicação permitiu dar um passo importante, no sentido de levantar e catalogar fontes, voltada aos interessados em compreender melhor essa história. Neste levantamento aparecem livros, teses, dissertações e monografias abordando diversas temáticas como: História, educação ambiental, Ensino, cultura, música, Arte e esporte, planejamento, gestão e currículo, educação e trabalho, movimentos sociais, educação especial, saúde pública, planejamento urbano e economia.
               Foram identificados 226 publicações, constituídos por 94 livros, 4 teses, 19 Dissertações e 109 monografias. No conjunto desta produção, destacamos algumas publicações consideradas pioneiras ao tornarem-se leituras obrigatórias nas pesquisas, entre elas: Desenvolvimento histórico do Oeste do Paraná e a construção da escola (1991), de Ivo Oss Emer, dissertação que trata da constituição da escola na Região Oeste do Paraná, no contexto histórico da formação das fronteiras do sul do país com as repúblicas da Argentina e do Paraguai, e os fatores históricos e a integração a economia nacional. Este trabalho tem sido uma leitura imprescindível para aqueles que iniciam os estudos no campo da historia da escolarização na região.
           Em relação às monografias destacamos A primeira escola primária em Cascavel de Sergio Antonio Thomé (2005); A história da escolarização de Guaraniaçu: da colonização aos nossos dias, Tatiane Zanin (2010) e História do colégio Bartolomeu Mitre: primeiro Grupo escolar da região oeste do Paraná, Denise Kloeckner Sbardelotto (2007).
             No que tange aos livros, Alceu Esperança, em Pequena História de Cascavel e do Oeste (1980) e Obrages & companhias colonizadoras: Santa Helena na história do Oeste Paranaense de José Augusto Colodel (1988) e Obrageros, Mensus e Colonos de Ruy Christovam Wachowicz (1982), também são referencias importantes para compreender o processo de escolarização na região em consonância com as transformações sociais que se desencadearam no panorama local e histórico-nacional. Vander Piaia (2013) em Terra, sangue e ambição: a gênese de Cascavel, levantando antigas polêmicas sobre a verdadeira identidade urbana do povo cascavelense na perspectiva do desenvolvimento capitalista, em que a violência foi a marca deste progresso.
             Somam-se a esses trabalhos, as publicações de coletâneas organizadas pelos membros do grupo de pesquisa HISTEDOPR como segue:

TITULO
AUTOR
ANO
EDITORA
Educação e história regional: os desafios de sua reconstrução
ORSO, Paulino José; CASTANHA André Paulo; SILVA, João Carlos da CARVALHO, Marco Antonio Batista; PERES, Claudio Afonso.
2008
Coluna do Saber
História da Educação: levantamento de fontes e instituições escolares
ORSO, Paulino José; CASTANHA, André Paulo; SILVA, João Carlos da;MARTIN, Edson; PERES, Claudio Afonso.
2008
Coluna do Saber
História da educação: pesquisa e memória histórica
  ORSO, Paulino José; CASTANHA André Paulo; SILVA, João Carlos da, MARTIN, Edson, PERES, Claudio Afonso, SILVA,J.C.
2008
Coluna do Saber
História da Educação: Pesquisa, levantamento de Fontes e Instituições Escolares
CASTANHA, André Paulo; ORSO, Paulino José; SILVA, J.C; CARVALHO, Marco Antonio Batista
2010
Coluna do Saber
História, sociedade e educação: o ensino superior e o desenvolvimento local
ORSO, Paulino Jose;CASTANHA, André Paulo; SILVA, J.C; LOERA, Marcela R. C.
2011
Coluna do Saber
Escola publica e prática educativas. Cascavel
SILVA, J.C.;CASTANHA, André Paulo; ORSO, Paulino Jose; ZANOTTO, Marijane
2012
Coluna do Saber
Historia da educação: formação de professores e escolarização na região Oeste do Paraná. Cascavel
SILVA, J.C.;CASTANHA, André Paulo; ORSO, Paulino Jose; PASQUALOTTO, Lucyelle Cristina
2013
Coluna do Saber
Historia da educação: arquivos, instituições escolares e memoria histórica
SILVA, João Carlos da;ORSO, Paulino José; CASTANHA, André Paulo; MAGALHAES, Livia Diana Rocha
2013
        Alínea
Pedagogia histórico-crítica, a educação brasileira e os desafios e sua institucionalização
ORSO, Paulino Jose;CASTANHA, André Paulo; SILVA, J.C ; LOMBARDI. Jose Claudinei
2014
CRV

         Entre 2010 a 2013, com financiamento do Cnpq, implementamos o projeto intitulado “Instituições escolares e memória histórica na região oeste do Paraná: (1950-1980)”, tendo o propósito de contribuir para a produção do conhecimento na área da História da Educação Brasileira mediante a reconstrução histórica das instituições escolares publicas na região Oeste do Paraná. A pesquisa delimitou-se a partir de 1950, quando foram criados os primeiros grupos escolares públicos na região, tendo o município de Cascavel como referencia.
            O objeto desta pesquisa, diz respeito a reflexão e resgate das fontes primárias das Instituições Escolares Públicas e a partir destas reescrever a História da Educação local e regional. Esta proposta de pesquisa parte de nossa preocupação, com a recuperação, manutenção e registro da documentação das Instituições Escolares, que muitas vezes encontra-se em precárias condições de conservação, cuja documentação guarda registros históricos sobre as primeiras escolas de Cascavel e região Oeste[4].
 Na perspectiva da articulação da pesquisa em rede, destacamos a organização de dois Dossiês temáticos publicados na Revista Educere et educare, em 2009 e 2015. O primeiro, intitulado “História, sociedade e educação”, um conjunto de artigos na sua maioria assinados por pesquisadores e referência nacional e internacional em seus campos de estudos. O segundo, “História da educação, intelectuais e instituições escolares” trouxe contribuições de pesquisadores de diferentes regiões do Brasil articulados em redes de pesquisa que abordam a temática em tela, um consistente panorama acerca da produção sobre História da educação, intelectuais e instituições escolares.    
                 
 A produção na Pós-Graduação   
           
          No âmbito do Programa de Pós-graduação em educação da UNIOESTE, Campus Cascavel, em 2012, foi efetivado a Linha de Pesquisa “Historia da Educação” reunindo pesquisadores que articulavam estudos e pesquisas que abordassem a educação escolar e não escolar, a constituição e análise dos fenômenos educacionais, a partir de uma perspectiva histórica abarcando as seguintes temáticas de estudos e pesquisas: História e Historiografia da Educação;Questões teórico-metodológicas da História da Educação e do Ensino de História e Cultura e História na História da Educação, dinamizando de maneira mais efetiva, elegendo estudos e pesquisas sobre a historia da educação regional.
             Nesta direção foram ofertadas as disciplinas: Elementos históricos sobre a escola pública, Fundamentos Históricos da Educação, Teorias Sociais e educação na história contemporânea, problematizando aspectos referentes a história e historiografia da educação.  As demais linhas que estruturam o programa também vêm contribuindo neste sentido como: Educação, políticas sociais e estado, Formação de professores e processos de ensino e de aprendizagem e Ensino de ciências e matemática. 
            O Programa de Pós-graduação em educação da UEM, a partir da Linha de Pesquisa: “História e Historiografia da Educação” tem contribuído com estes estudos com produção de dissertações com temas voltados sobre a historia da educação na região oeste.  
         Entre as dissertações defendidas entre 2007-2016, nos programas de Pós-graduação em educação da UEM, UEPG E UNIOESTE, evidencia-se 15 dissertações sobre historia da educação, conforme quadro que segue. Podemos vislumbrar a ampliação do Programa para os próximos anos como uma contribuição relevante e decisiva para a produção de pesquisa em educação em âmbito regional e nacional.

Dissertações defendidas


AUTOR

TITULO

ANO

LINHA DE PESQUISA


INSTITUIÇÃO
Leni Terezinha Marcelo Pinzan

UNIOESTE: a histórica luta pela estadualização

2007
Historia e historiografia da educação

UEM
Denise Kloeckner Sbardelotto
O desenvolvimento dos cursos de formação de professores primários na fronteira oeste
Paranaense: a criação da primeira Escola Normal Secundária pública de Foz do Iguaçu e do Oeste do Paraná.
2009
História e Políticas Educacionais
UEPG
Margarete Chimiloski Dolla 
Os Desafios da Política de Educação para Jovens e Adultos: o Analfabetismo e as Medidas para a Ampliação da Escolarização no Município de Cascavel-PR (2006 -2008)
2009
Educação, políticas sociais e estado
UNIOESTE
Karina Griggio Hotz
Avaliação da implementação do PROEJA em municípios do Oeste do Paraná (2008-2009
2010
Educação, políticas sociais e estado
UNIOESTE
Rodrigo Pinto de Andrade
História e historiografia da escola luterana concórdia de Marechal Candido Rondon (1955-1969)

2011
Historia e historiografia da educação
UEM
 Lucas Cardoso dos Santos
Do pecado à redenção: o papel das primeiras damas e a infância marginal em Cascavel
2012
História da educação
UNIOESTE
Maria Valdeny Ferreira Gomes
A expansão da escola publica primária na região oeste do Paraná (1970-1980);
2012
História da educação
UNIOESTE
Valdecir Antonio Nath
 A primeira escola secundária pública de Cascavel: Ginásio Wilson Joffre (1960-1980)
2013
História da educação
UNIOESTE
Tatiane Zanin
A constituição da escola pública primária no Município de Guaraniaçu: percursos históricos
2013
História da educação
UNIOESTE
Jehnny Zélia Kalb Facchi
 a trajetória das escolas normais Carola Moreira e Irene Rickli
2013
História da educação

Vera Lucia Ruiz Rodrigues da Silva
Educação da pessoa com deficiência no Estado do Paraná nas décadas de 1970 e 1980: coexistência de atendimento em escolas públicas regulares e em especiais privadas/filantrópicas
2013
História da educação
UNIOESTE
André das Chagas Santos
O ensino de história nos anos iniciais nas escolas públicas do município de Cascavel (1990-2013): desafios e impasses teórico-metodológicos
2014
História da educação
UNIOESTE
Gilson Leske 
História da formação de professores em Cascavel entre 1951 e 1971: A trajetória da educação rural no Paraná: das escolas rurais as escolas do campo  (1961- 2006)
 2014
História da educação
UNIOESTE
Claudia Pagnoncelli 
A institucionalização da educação infantil no Município de Cascavel: uma abordagem histórica (1970-1990)
2015
História da educação
UNIOESTE
Francielle Aparecida Garuti de Andrade
O Colégio comercial marista no contexto da urbanização de Cascavel (1962 a 1989)


2016
História e Historiografia da educação
UEM
 Lidiane Maciel Mufatto

 O projeto especial multinacional de educação – Brasil – Paraguai – Uruguai: a concepção da escola pública na Região Oeste do Paraná: 1975 á 1983

2016
História da educação
UNIOESTE

Fonte:  Autor 

                   Sobre os estudos no Doutorado destacamos a tese defendida por José Kuiava (2012), junto a Faculdade de Educação da UNICAMP intitulada Formação continuada de professores em terras de fronteiras– oeste do Paraná - 1973-1992.  Este trabalho aborda uma importante capitulo da historia da educação do Oeste do Paraná ao tratar sobre as origens, intenções e proposições do Projeto Especial Multinacional de Educação Brasil-Paraguai-Uruguai – MEC/OEA entre 1978-1983.
                  Denise Kloeckner Sbardelotto (2014) junto à mesma instituição, em sua tese “O projeto educacional da Itaipu Binacional (1974-1985): uma educação para cada vila e para cada fração da classe trabalhadora”, trata sobre os cursos normais públicos de formação de professores primários na atual mesorregião Oeste do estado do Paraná, especificamente no núcleo urbano “pioneiro” de Foz do Iguaçu.  Discute os determinantes políticos e econômicos que levaram ao desenvolvimento dos cursos de formação de professores no Oeste do Paraná.


Considerações finais
             Mediante os apontamentos identificamos um crescimento de pesquisa sobre a história regional nos últimos anos decorrente da expansão dos programas de Pós-graduação na região. Evidenciamos que os estudos sobre a historia da educação no Oeste paranaense não se restringiu ao programa em educação da UNIOESTE, mas se faz presente em outras instituições.
               No conjunto da produção verifica-se uma emergência de novos estudos e perspectivas de abordagens. A produção da linha historia da educação, vinculada ao grupo e pesquisa HISTEDOPR, tem dado contribuições com menor relevo de outras linhas como politica educacionais. Percebe-se que o crescimento da pesquisa em historia da educação se acentuou mediante três iniciativas: o surgimento do grupo de pesquisa HISTEDOPR em 2012, o Mestrado em educação na UNIOESTE, em 2007, e a implementação da linha historia da educação em 2012 no mesmo programa.
             Nesta dinâmica de pesquisa, o estágio de Pós-doutorado consiste em um momento fulcral da vida profissional, uma oportunidade de atualizar os conhecimentos por intermédio da interação e compartilhamento da pesquisa com outras universidades ou grupos de pesquisa. Visa, sobretudo, ampliar as condições que nos levam a construção de conhecimentos acadêmicos, científicos e culturais.
          Além da produção dos grupos de pesquisa se destacam ainda autores externos a universidades compartilhando com estudos sobre o oeste paranaense. No processo de dar visibilidade aos trabalhos produzidos, acredita-se que é possível colaborar na construção de redes de pesquisadores no sentido de impulsionar novas investigações.
          Grande parte dessa história tem sido perdida em função da ausência de acervos documentais que possibilitem sua preservação e reconstrução. Mas, não é apenas isto que nos preocupa. Se persistirmos neste caminho, também acabaremos perdendo a história que ainda está por ser realizada. Julgamos ser de fundamental importância a execução de um projeto que vise levantar, catalogar e preservar a documentação e as fontes de informação que possibilitem resgatar e compreender a história. 
           Neste sentido apontamos algumas ações que julgamos imprescindíveis: 1.Fortalecimento da linha de historia da educação no âmbito dos programas de pós-graduação; 2. Conscientização da comunidade interna e externo sobre a preservação documental sobre a história regional; 3. Constituição de um Centro de memoria acerca desta história no sentido de guarda da documentação levantada; 4. Estabelecimento parcerias com o Núcleo Regional de Ensino e Secretaria Municipal no sentido de valorizar, preservar e disponibilizar os documentos existentes sobre a história das escolas envolvidas;5. Por fim, dar visibilidade nos resultados, mediante divulgação dos resultados das pesquisas, junto aos meios de comunicação social impresso e digital.
          O trabalho de identificação, coleta, levantamento e catalogação exige-se paralelamente à avaliação constante dos acervos. Seus resultados não podem ser atribuídos separadamente a um ou outro pesquisador, à medida que o trabalho deverá ser planejado, discutido e realizado de forma coletiva. Dada a complexidade e dos desafios em desvelar a historia da educação local e regional, face as dificuldades de acesso aos de acesso aos arquivos e de localização das fontes, esta tarefa não pode ser limitada as ações da universidade e de seus pesquisadores. 
           Ciente dos desafios que se colocam no levantamento e catalogação de fontes julga-se, esperamos com esses apontamentos subsidiar a discussão sobre a pesquisa local e regional em face da produção acumulada na área.

Referencias
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 COLODEL,  José Augusto.  Obrages & companhias colonizadoras: Santa Helena na  história do Oeste Paranaense.Santa Helena: Prefeitura Municipal, 1988.
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[1] A realização pelo Grupo de Pesquisa HISTEDBR e socializadas na sua  XI Jornada, realizada em Cascavel-PR, entre os dias 23 e 25 de outubro de 2013, tendo como temática central de discussão “A Pedagogia Histórico-Crítica, a Educação Brasileira e os desafios de sua institucionalização” foi um marco importante na sistematização e apresentação  das pesquisas na área . 
[2]  Foi no ano de 1969 que a mecanização desenfreou-se no território cascavelense, devido às influências de um modelo econômico internacional europeu transplantado para o país. Esse fator foi utilizado como instrumento para reacender a vida política e financeira do Brasil, que enfrentava problemas de ordem econômica e social, e os agricultores foram incentivados a preparar a terra com o emprego de técnicas modernizadoras, para satisfazer o mercado mundial. Na década de 70, o ciclo madeireiro já se esgotava pela extração de inúmeras árvores nativas. As indústrias eram mais de mil, a produção de suínos expandia e a população atingia a estatística de quase 90.000 residentes. Nessa época, foi implantado o sistema cooperativista, em que agricultores das regiões oeste e sudoeste do Paraná, buscavam soluções para a grande produção de soja e a sua venda a preços baixos, ausência de infraestrutura, como local para armazenamento da produção e transporte da mesma.
[3] O projeto MEC/OEA iniciou-se no Uruguai, na cidade de Punta Del Este, onde chefes dos Estados Americanos se reuniram no dia 14 de abril de 1967 para realizar uma declaração, sendo esta com o reconhecimento da anterioridade da educação na política de desenvolvimento das Nações Latino – Americanas.   Teve como finalidade coordenar juntamente com os governos dos três países membros: Brasil, Paraguai e Uruguai, na intencionalidade de ampliar a infraestrutura educacional e oferecer um suporte em resolver as dificuldades que fossem aparecendo conforme as necessidades socioeconômicas e culturais. Sua meta era apoiar e promover o desenvolvimento da educação, proporcionando também um material didático mais adequado com as características da sociedade regional. Com uma característica principal de atuação benéfica, principalmente por proporcionar a qualificação dos recursos humanos que atuam na alfabetização e nas primeiras séries do primeiro grau do ensino municipal. O Projeto Especial MEC/OEA, exerceu importância no processo de implantação da estratégia desenvolvimentista na região e sua influência para a articulação das ações no ramo educacional, no sentido da expansão da escola publica.
[4]A realização deste trabalho de recuperação das fontes das escolas das cidades participantes da pesquisa visava ainda contribuir  para o desvelamento da história da cidade e da região. Este projeto integrou o que estava sendo desenvolvido em âmbito local e nacional pelo Grupo de Pesquisa em História, Sociedade e Educação no Brasil – HISTEDBR, no levantamento e a catalogação de fontes primárias e secundárias para a História da Educação Brasileira. Tinha ainda a finalidade de fortalecer a linha de pesquisa em história da educação ligado ao Mestrado em educação da UNIOESTE, Campus Cascavel. Como resultado, foi publicado a coletânea “ História da educação : arquivos, instituições escolares e memória histórica” em que  expõe experiências concretas de preservação e criação de instituições para o estudo da História e Memória da Educação, apresenta uma reflexão sobre a História da Educação, suas formas de expressão, âmbitos e modos de nos acercarmos do seu estudo, além de,   apontar para a necessidade de constituição de fundos documentais, seu acompanhamento e sistematização.