sábado, 20 de agosto de 2016
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
30 filmes sobre história do Brasil
Descobrimento
do Brasil / Período colonial do século 16
–
Caramuru, a Invenção do Brasil
– A Missão
– Desmundo
– Como Era Gostoso o Meu Francês
– Hans Staden
– República Guarani
– A Missão
– Desmundo
– Como Era Gostoso o Meu Francês
– Hans Staden
– República Guarani
Brasil
Colônia
– Carlota Joaquina
– Xica da Silva
– Tiradentes, o filme
– Independência ou Morte
– Os Inconfidentes
– Quilombo
– Carlota Joaquina
– Xica da Silva
– Tiradentes, o filme
– Independência ou Morte
– Os Inconfidentes
– Quilombo
Reinado
– Mauá, o Imperador e o Rei
– Mauá, o Imperador e o Rei
Guerra do
Paraguai
– Netto Perde Sua Alma
– Netto Perde Sua Alma
República
da Espada
– Policarpo Quaresma
– Policarpo Quaresma
Imigração
japonesa
– Gaijin: Os Caminhos da Liberdade
– Gaijin: Os Caminhos da Liberdade
Começo do
século 20
– Eternamente Pagu
– Eternamente Pagu
Estado
Novo e Era Vargas
– Olga
– Lamarca
– Memórias do Cárcere
– Olga
– Lamarca
– Memórias do Cárcere
Ditadura
Militar
– Jango
– O que É Isso, Companheiro?
– Bye Bye, Brasil
– Pra Frente, Brasil
– Cidadão Boilesen
– Hércules 56
– Cabra Marcado Para Morrer
– O Bom Burguês
– Batismo de Sangue
– Zuzu Angel
– Jango
– O que É Isso, Companheiro?
– Bye Bye, Brasil
– Pra Frente, Brasil
– Cidadão Boilesen
– Hércules 56
– Cabra Marcado Para Morrer
– O Bom Burguês
– Batismo de Sangue
– Zuzu Angel
Guilherme
Dearo | 03/11/2011
(Guia do Estudante)
70 FILMES PARA VOCÊ ESTUDAR HISTÓRIA
Pré-história
– A Guerra do Fogo
– 10.000 a.C.
– O Elo Perdido
– A Guerra do Fogo
– 10.000 a.C.
– O Elo Perdido
Grécia
Antiga e helenística
– 300
– Alexandre
– Tróia
– 300
– Alexandre
– Tróia
Império
Romano
– Asterix
– Gladiador
– Calígula
– Átila, o Huno
– Augustus
– Spartacus
– Asterix
– Gladiador
– Calígula
– Átila, o Huno
– Augustus
– Spartacus
Idade
Média/Feudalismo
– O Nome da Rosa
– O Incrível Exército de Brancaleone
– Cruzada
– Coração Valente
– Joana D’Arc
– O Sétimo Selo
– O Nome da Rosa
– O Incrível Exército de Brancaleone
– Cruzada
– Coração Valente
– Joana D’Arc
– O Sétimo Selo
Grandes
Navegações
– 1492 – A Conquista do Paraíso
– Cristóvão Colombo – A Aventura do Descobrimento
– 1492 – A Conquista do Paraíso
– Cristóvão Colombo – A Aventura do Descobrimento
Absolutismo
– O Homem da Máscara de Ferro
– Cromwell
– O Homem da Máscara de Ferro
– Cromwell
Reforma
Protestante
– Lutero
– Lutero
Renascimento
– Dom Quixote
– Agonia e Êxtase
– Shakespeare Apaixonado
– Giordano Bruno
– Dom Quixote
– Agonia e Êxtase
– Shakespeare Apaixonado
– Giordano Bruno
Revolução
Francesa
– Danton
– Maria Antonieta
– A Queda da Bastilha
– Danton
– Maria Antonieta
– A Queda da Bastilha
Revolução
Industrial
– Tempos Modernos
– Germinal
– Tempos Modernos
– Germinal
Rússia
pré-revolução e Revolução Russa
– Rasputin
– O Encouraçado Potenkim
– Reds
– Rasputin
– O Encouraçado Potenkim
– Reds
Segunda
Guerra Mundial e nazismo
– O Grande Ditador
– A Vida É Bela
– Pearl Harbor
– A Queda
– A Última Bomba Atômica
– Cartas de Iwo Jima
– O Resgate do Soldado Ryan
– Arquitetura da Destruição
– Europa, Europa
– O Grande Ditador
– A Vida É Bela
– Pearl Harbor
– A Queda
– A Última Bomba Atômica
– Cartas de Iwo Jima
– O Resgate do Soldado Ryan
– Arquitetura da Destruição
– Europa, Europa
Guerra
Fria
– Dr. Fantástico
– Os 13 Dias que Abalaram o Mundo
– Boa Noite e Boa Sorte
– Intriga Internacional
– Topázio
– O Dia Seguinte
Guerra do Vietnã
– Platoon
– Apocalipse Now
– Corações e Mentes
– Dr. Fantástico
– Os 13 Dias que Abalaram o Mundo
– Boa Noite e Boa Sorte
– Intriga Internacional
– Topázio
– O Dia Seguinte
Guerra do Vietnã
– Platoon
– Apocalipse Now
– Corações e Mentes
Luta dos
direitos civis dos negros
– Mississipi em Chamas
– Malcolm X
América Latina das décadas de 1950 e 1960
– Diários de Motocicleta
– Chove Sobre Santiago
– O Segredo de Seus Olhos
África no século 20
– O Último Rei da Escócia
– Diamante de Sangue
– Hotel Ruanda
– O Jardineiro Fiel
– Mississipi em Chamas
– Malcolm X
América Latina das décadas de 1950 e 1960
– Diários de Motocicleta
– Chove Sobre Santiago
– O Segredo de Seus Olhos
África no século 20
– O Último Rei da Escócia
– Diamante de Sangue
– Hotel Ruanda
– O Jardineiro Fiel
Crise do
socialismo, fim da União Soviética
– Adeus, Lênin
– Adeus, Lênin
Conflito entre
Israel e Palestina
– Lemon Tree
– Paradise Now
– Promessas de um Novo Mundo
– Lemon Tree
– Paradise Now
– Promessas de um Novo Mundo
Terrorismo,
guerras dos anos 2000
– Guerra ao Terror
– Restrepo
– Caminho para Guantánamo
– Fahrenheit 9/11
– Guerra ao Terror
– Restrepo
– Caminho para Guantánamo
– Fahrenheit 9/11
Guilherme
Dearo | 27/10/2011
(Guia do Estudante)
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
História e historiografia da educação na região oeste do Paraná: alguns apontamentos
RESUMO
Este artigo
examina a produção acadêmica no campo da História da Educação na região Oeste
do Paraná, tendo como ponto de partida os Programas de Pós-Graduação em
Educação. Trata-se de um ensaio bibliográfica apresentando a produção
existente por esse grupo de
pesquisadores, as perspectivas e desafios postos em História da Educação. A
necessidade de um balanço sobre este tema surge da necessidade de um mapeamento
de forma á apontar os temas mais abordados e as lacunas existentes. Tais
estudos são necessários ao possibilitar a compreensão do estado atingido pelos
temas priorizados, às fontes, os períodos recortados, as abordagens
teórico-metodológicas e os recortes geográficos. Este mapeamento possibilita o
processo de inventariar essa produção traçando tendências, as revisões
necessárias, para discutir e saber o que foi produzido, como foi produzido e o
que está ou ainda pode ser produzido. Nos últimos anos tem se produzido um
numero significativo de pesquisas acerca do levantamento da produção acadêmica diante
da necessidade colocada na área de um balanço crítico sobre a produção na área,
conforme Lombardi (1993); LOPES; GALVÃO, (2001); Fonseca (2003). Este tipo de
produção é realizado a partir do mapeamento de “onde”, “quem”, “quando” e como
foram produzidos os textos, no sentido de inventariar, relacionando ou
comparando as produções. Identificamos um importante crescimento de pesquisa
sobre a história regional nos últimos anos decorrente da expansão dos programas
de Pós-graduação na região oeste, não se restringindo somente ao programa em
educação da UNIOESTE, mas se fazendo presente em outras instituições. No
conjunto da produção verifica-se uma emergência de novos estudos e perspectivas
de abordagens. Ao dar visibilidade aos trabalhos produzidos, vimos à
necessidade de construção de redes de pesquisadores no sentido de impulsionar
novas investigações.
Palavras-chave: Historiografia,
história da educação, região oeste do Paraná.
Introdução
Nos últimos 40 anos, o processo de
urbanização transformou radicalmente a paisagem e as relações sociais no oeste
paranaense, momentos da passagem de um modelo rural para modelo
urbano-industrial de desenvolvimento. As atividades educacionais e a
constituição da escola pública expressam essas transformações. Diversos autores
contribuíram na escrita sobre esses acontecimentos: Emer (1991), Sperança
(1992), Kuiava (2012) e Piaia (2013).
Outras tentativas de síntese acerca
da escrita desta história foram feitas como: Sabardelotto (2010) que discute a educação na mesorregião Oeste do Paraná.
Brocardo (2014) em A historiografia recente sobre Cascavel/PR:
identidades e a ação das madeireiras também fazem contribuições neste levantamento. Silva (2010), em Guia
de Fontes para a História da Educação na Região Oeste do Paraná, reúne um
significativo número de obras de autores diversos, com conteúdos variados, de
diferentes áreas do conhecimento. Tal publicação permitiu dar um passo
importante, no sentido de levantar e catalogar fontes, voltada aos interessados
em compreender este processo. Este tipo de analise tem caraterísticas
provisórias, estando sujeito a críticas e constantes atualizações.
Essas iniciativas também incluem a
produção do grupo de pesquisa “História e Historiografia da Educação – HEE”,
iniciado em 2000 e “História, Sociedade e Educação no Brasil – GT da Região
Oeste do Paraná – HISTEDOPR”, ambos na UNIOESTE. Considerando que ainda é
recente a linha de pesquisa em Historia da educação, no âmbito do Mestrado, da
UNIOESTE, decidimos por ampliar o campo geográfico das produções onde se
localizam outros programas de mestrado na área, tendo a historia da educação
como palavra-chave e eixo temático.
Este artigo está organizado em três
partes que se inter-relacionam: a primeira faz alguns apontamentos acerca do
debate historiográfico, à segunda, traça um percurso das atividades acadêmicas
locais no campo da historia da educação, a partir de uma interlocução com o
Programa de Pós-graduação: Memória, Linguagem e Sociedade, UESB/BA. Por fim, na
terceira parte faz um breve balanço acerca da produção acadêmica neste campo
sobre a região Oeste. Ao final apontamos sugestões a serem consideradas por
aqueles que trilham por esse caminho.
A historiografia e a História
da Educação
Por
volta dos anos 60, no Brasil, as concepções de história como ciência neutra e
objetiva, particularmente presente nos manuais de História da Educação, começam
a ser discutidos, mas de fato florescem nos anos posteriores a ditadura civil
militar, quando volta ser acessível às obras de Marx e Engels. O materialismo
histórico passará a exercer uma forte influencia na historiografia educacional.
Nesse sentido, cabe destacar o importante papel, dentre outros grupos e
intelectuais, aqueles vinculados ao HISTEDBR.
Marx, ao desenvolver sua concepção
materialista da história, enfatizou que o modo pelo qual a produção material de
uma sociedade é realizada, constitui o fator determinante da organização
política e das representações intelectuais de uma época. Assim, a base material
ou econômica constitui a "infraestrutura" da sociedade exercendo
influência direta na superestrutura, isto é, nas instituições jurídicas,
educacionais e políticas.
A partir dos anos de 1980, há uma recepção
pela Historia da Educação pelas
correntes historiográficas de origem francesa, no campo educacional. Ressaltando
este debate historiográfico, Eliane Marta Teixeira Lopes e Ana Maria de
Oliveira Galvão (2001), consideram que a História da Educação vem estabelecendo
relações com diversos outros campos da História e apontam outros domínios de
estudos sobre a “História da Educação”, como, por exemplo, História do Ensino,
História do Livro e da Leitura, História das Crianças e dos Jovens, História
das Mulheres-Professoras, História das Instituições, entre outros.
A “nova” historiografia educacional apareceu
de forma gradativa, ficando claramente delineada a partir de meados da década
de 1990, mediante ampliação da pesquisa educacional no Brasil com a
coexistência de diferentes concepções teórico-metodológicas. Lombardi (1993)
argumenta, por sua vez, que estas questões não são próprias e exclusivas dessa
nova historiografia educacional, por serem problemas que têm suas raízes nas
teorias da História, ao fazer um questionamento tanto do chamado “mundo
moderno”.
A partir da década de 1990, o
fortalecimento da Pós-Graduação no país evidenciava-se não apenas no crescente
volume dos trabalhos defendidos como na abertura de programas nas diversas
universidades brasileiras, fazendo assim a História da Educação um campo em expansão. Neste mesmo período avultam
espaços de socialização e divulgação da produção existente, como: Congressos
Ibero-americanos (1992), Luso-brasileiros de História da Educação (1996),
Associação Sul-rio-grandense de Pesquisadores em História da Educação/ ASPHE
(1996), Sociedade Brasileira de História da Educação/ SBHE (1999). Somam-se a
este movimento os Seminários Nacionais (1991)
e as Jornadas do HISTEDR (2002).
Entendemos que a produção
historiográfica em tela não emerge descolada do conjunto da produção
educacional brasileira, mas se dá no interior dos trabalhos que têm por
objetivo analisar a pesquisa educacional no Brasil – inclusive a produção
histórico-educacional. O contexto das transformações do final do século XX,
caracterizado pelo fim do bloco socialista; crise mundial do capitalismo;
profundas mudanças no processo de produção baseadas na informática, na
robótica, na microeletrônica, na biogenética e na biotecnologia trouxeram novos
elementos no fazer da operação historiográfica.
A partir principalmente da
contribuição da nova história brota o conceito ampliado de fontes documentais. Por
sua vez, despertará essa corrente, de modo muito especifico na História da
Educação, um grande interesse em coletar, organizar, sistematizar documentos
escritos, inscritos, orais entre outros, que constituem a memória da educação
nacional, regional, local em sua rede publicas, privadas entre outras.
E hoje, se há certa
unanimidade na contribuição da nova historia quanto à ampliação do conceito de
fontes documentais, também não há duvida, que a apreensão pelo campo da história
da educação com relação a correntes teóricas marxistas, continuam bastante
demarcadas, o que não significa que não haja o dialogo, a mediação de suas
abordagens com a da nova história, A diferenças fundante é justo o modo como
cada uma delas coloca em evidencia a educação e a sociedade. De modo sintético,
diríamos que do ponto de vista marxista, há uma predominância dos estudos da
das condições materiais e a luta de classe que presidem a realidade histórico educacional
em relação parte todo. Já na chamada história dos analles ou história nova não expressa todas as suas variantes, se
centra mais no chamado “mundo da cultura” e sua autonomia dentro da totalidade.
Com base nas discussões acima, o HISTEDOPR – Região Oeste do Paraná vem
estabelecendo diálogos com os Grupos do HISTEDBR para o desenvolvimento de suas
ações.
A presença do
grupo de pesquisa
O
HISTEDBR, se organizou, cresceu e estruturou-se a partir de 2003, na Unioeste –
Campus de Cascavel. Vem se estruturando, e está procurando integrar ensino,
pesquisa e extensão, articulando primeiro, segundo e terceiro graus e com a
comunidade para garantir um melhor conhecimento sobre a história da educação,
principalmente a regional. O grupo
nasceu com o objetivo de promover pesquisas e estudos na área história da
educação. Está vinculado ao Grupo de Pesquisa em "História, Sociedade e
Educação no Brasil" - HISTEDBR – que tem abrangência nacional e
organiza-se por meio de Grupos de Trabalho (GTs) regionais, no
"Levantamento, a Organização e a Catalogação de Fontes Primárias e
Secundárias para a História da Educação na região Oeste do Paraná".
A
filosofia do grupo é desenvolver e estimular a pesquisa e o conhecimento da ou
sobre a região. Nesse sentido, seus membros se empenharam em organizar um Curso
de Especialização Lato Sensu em História da Educação Brasileira, com 40
vagas, a partir de 2004, e nele privilegiando no processo seletivo, os
candidatos que pretendiam desenvolver pesquisa, específicas sobre a História da
Educação da e/ou na região Oeste do Paraná, ou mais especificamente na área de
abrangência da Unioeste. Foram ofertadas três turmas entre 2004 a 2008, cujos
resultados incrementaram a pesquisa e o conhecimento da história da educação
regional[1].
Estudos no Pós-doutorado
Após
15 anos atuando na UNIOESTE como professor do Curso de pedagogia, desenvolvendo
atividades, ministrando disciplina e orientando Dissertações junto ao Programa
de Pós-graduação em educação na área de Historia da Educação, a possibilidade
de interlocução com pesquisadores de áreas afins e de outras instituições se
apresenta como desafiador e necessário.
Dessa
forma, a opção por um Pós-doutorado na área da educação, para além de atender
ao desafio pessoal e profissional, visa também contribuir com o grupo de
pesquisa e do próprio programa na linha de Historia da Educação a qual sou
vinculado, como membro pesquisador do grupo HISTEDBR/UNICAMP - História,
Sociedade e Educação no Brasil – GT de Cascavel/ Região Oeste do Paraná,
fazendo estudos e pesquisas sobre a escola pública no Brasil.
No projeto apresentado para o Estágio
de pós-doutoramento intitulado: Historia
da educação: memória fontes e arquivos tiveram como objetivos: Examinar
a história da Educação no Oeste do Paraná suas mudanças e implicações mediante
análise das fontes e legislação correspondente; Discutir a historia da educação
no Brasil e por fim analisar as práticas de arquivamento dos documentos acerca
da historia da educação.
Durante nossa presença junto ao estágio
Pós-doutoral no Programa de Pós-graduação: Memória, Linguagem e Sociedade, UESB/BA, Vitoria da
Conquista, participamos de um conjunto de atividades incluindo reuniões do
grupo de pesquisa, sobre historia e
memória e estabelecendo uma agenda de trabalho que envolvia participação nas
atividades do museu pedagógico, com mestrandos e doutorandos. As reuniões do
grupo se constituíram em importante espaço de interlocução acadêmica e de
aprofundamento teórico de temas relacionados ás questões conceituais e
metodológicas.
O Museu Pedagógico da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, situado em Vitória da Conquista, Bahia, tem sido
lócus importante das atividades do
pós-doutorado, conhecido como um lugar destinado não só à pesquisa, à extensão
e ao estudo sobre a história da educação nacional e regional, com uma forte
preocupação na catalogação de fontes documentais primárias, cartográficas,
iconográficas, fílmicas, sonoras, literárias, estatísticas, sejam elas orais ou
escritas, tendo em vista possibilitar diferentes olhares e leituras
interdisciplinares sobre o mesmo objeto, ou seja, a educação. Constitui-se espaço de produção de
conhecimentos, reflexões, pesquisa e produção de saberes, sobre questões
relacionadas à trajetória da educação.
Outra atividade desenvolvida foi o
levantamento sobre a produção acadêmica acerca do tema memoria, com a
participação de alunos da iniciação científica, mestrandos e doutorandos. Esta
atividade foi iniciada no mês de julho de 2015 com previsão de término para
novembro de 2016, cujo resultado final será sistematizado na organização e
publicação de uma coletânea. O estágio de Pós-doutoramento junto teve como
enfoque o aprofundamento dos aspectos conceituais.
A rigor, a produção de pesquisas
em educação teve aumento significativo com a criação dos Programas de
Pós-graduação no Brasil, sobretudo a partir de 1990. O debate em torno das
principais questões da pesquisa histórico-educacional no Brasil está
diretamente relacionado ao trabalho individual ou coletivo de pesquisadores em
sua maioria ligados às instituições universitárias, fruto da criação e
consolidação dos programas de Pós-Graduação brasileiros. Neste movimento, o
tema da memória tem sido pouco abordado no que tange ao levantamento da
produção acadêmica.
A necessidade de um balanço
sobre este tema surge da necessidade de um mapeamento de forma á apontar os
temas mais abordados e as lacunas existentes. Tais estudos são necessários ao
possibilitar a compreensão do estado atingido pelos temas priorizados, às
fontes, os períodos recortados, as abordagens teórico-metodológicas e os
recortes geográficos. Entendemos que este mapeamento possibilita o processo de
inventariar essa produção traçando tendências, as revisões necessárias, para
discutir e saber o que foi produzido, como foi produzido e o que está ou ainda
pode ser produzido.
O
tipo de levantamento desta natureza muitas vezes está sujeito a críticas e
reelaboração. Objetivando contribuir com este levantamento que o Grupo de Estudos e Pesquisas em
“História e Memória das Políticas Educacionais e Trajetórias Sócio-geracional”
do Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
Tomou esta iniciativa.
Aspectos
históricos sobre o Oeste paranaense
O Oeste paranaense é ocupado
efetivamente entre os anos de 1940 e 1970, mediante o estabelecimento dos
colonos vindos do Sudoeste do Paraná e mais tarde por italianos e alemães
procedentes do Rio Grande do Sul e Oeste de Santa. Com a exaustão da madeira, outros
perfis de trabalhadores começaram a habitar a cidade, como profissionais
especializados na mecanização da agricultura.
Anterior à colonização propriamente dita, a
região era ocupada por índios, principalmente da tribo dos guaranis que,
perseguidos pelos bandeirantes, tiveram que fugir para a Região dos Sete Povos
das Missões no Rio Grande do Sul, para o Uruguai e Paraguai. Assim como nas
demais regiões do Brasil, a primeira preocupação dos colonizadores era com a
posse da terra.
Cascavel inicialmente pertencia ao
Distrito de Foz do Iguaçu, emancipou-se somente em 14 de
dezembro de 1952. Devido à sua localização geográfica, sempre foi muito bem
vista pelos colonos pioneiros que visitavam frequentemente a região, pois
queriam torná-la um polo-regional, visando à exploração de suas terras, no
espaço urbano disputado constantemente para a instalação de indústrias.
O processo de urbanização do município de
Cascavel ocorreu simultaneamente às mudanças que se desencadearam no panorama
histórico nacional, mais precisamente a partir da década de 50, marcado direta
e imediatamente pelo impacto provocado pelas transformações sociais, que
estavam ocorrendo no país naquele momento, mediante o projeto
nacional-desenvolvimentista em curso, baseado na industrialização.
No auge do desenvolvimento industrial, é que a região de
Cascavel crescia economicamente, com a produção de suínos, soja, café e
madeira, principalmente, e tal processo tendia a vigorar nas próximas décadas.
Aos poucos a ocupação urbana se configurou, instalando-se os latifundiários,
que modernizaram o cultivo da terra, utilizando ferramentas sofisticadas, para
atender às exigências do mercado, prejudicando os colonos que trabalhavam com a
terra, para obter o sustento, aumentando o contingente de imigrantes, e
expandindo a população de maneira acelerada[2].
Cascavel favorecida por sua posição
geográfica e econômica, impõe-se politicamente sobre os demais municípios.
Segundo o IBGE (2015), atualmente, sua população é estimada em 312.778
habitantes. À medida que foi aumentando a produção, cresceu a população e a
economia se inseriu no contexto nacional e trouxe junto o êxodo rural. Assim,
de uma região eminentemente rural no passado, a partir dos anos 80 com os
processos de desenvolvimento e com a inserção da tecnologia no campo, hoje
predomina a urbanização, trazendo junto novos desafios. Neste contexto, a
escola constituiu-se uma das primeiras e principais preocupações e a educação
tem se constituído num importante fator de lutas e mobilizações sociais.
Na década de 1970
a Região Oeste do Paraná caracterizou-se pela mudança econômica do ciclo
madeireiro para a cultura da soja, marcado pelo desenvolvimento nas áreas de
transportes e do comércio, que levou ao fluxo migratório e pelo êxodo rural.
Esses acontecimentos marcaram a inserção de Cascavel no mundo da política
estadual e nacional, tornando-se polo agroindustrial.
Simultâneo a esse processo a construção da
usina Hidrelétrica de Itaipu (1974-1982), desencadeou estratégias para
viabilizar o projeto de desenvolvimento regional, Essa região foi
estrategicamente escolhida pela riqueza natural e características hegemônicas
dos grupos que aqui se consolidaram, cenário ideal para o empreendimento de
grandes projetos, inclusive na área educacional.
Foi
neste contexto, que emergiu o Projeto MEC/OEA, no sentido de atender a demanda
pela escola com o discurso de qualidade, cuja necessidade era ampliar a oferta
da educação, treinar recursos humanos e melhorar o rendimento da escola
primária. A implementação do Projeto Especial Multinacional de Educação Brasil,
Paraguai e Uruguai- MEC/OEA, entre 1975 a 1983, foi um marco importante na
historia educacional da região Oeste[3],
sendo objeto de pesquisa nos trabalhos de conclusão de curso.
Segundo
Emer (1991) o crescimento populacional foi maior na área rural, pela chegada
dos migrantes de outras regiões do país. Essas famílias se estabeleceram no
campo na condição de arrendatários e como não havia escolas nessas áreas mais
afastadas, as crianças permaneceram sem estudar.
As
escolas existentes funcionavam de forma precária, devido o processo de
transformação da superação de um sistema produtivo por outro, a população
rural, não proprietária tinham grande mobilidade. A residência tinha um sentido
provisório e temporário. Nessas condições as escolas, com prédios de madeira,
eram transferidas de um lugar para outro.
Outros aspectos marcaram as condições da
escola nesse período, destacados por Emer em seus estudos, como a falta de
formação dos professores, carência de material didático, a centralidade das
questões pedagógicas e burocráticas das equipes de supervisão da Secretaria de
Educação, a tendência tecnicista como aparato teórico, os quais levaram a baixa
qualidade da escola.
Para
Emer, houve dois momentos que ele denomina de colapso na educacional regional e
que recaiu sobre determinados segmentos sociais. O primeiro na população rural,
e o segundo na população advinda do êxodo rural, que se estabeleceram nas
periferias urbanas das principais cidades da região, caracterizando “a relação
existente entre o atendimento escolar e, ou a falta dele, e as condições de
classe social” (idem, p. 285).
No final da década de 1960, início da década
de 1970, que a população rural se deslocou para a área urbana, criando uma
demanda que exigiu novos encaminhamentos para as discussões sobre a educação na
região, e consequentemente para a expansão da escola:
A primeira delas foi a partir da
mobilização social em Cascavel e municípios próximos, para a criação dos
primeiros cursos de nível superior (1972); a segunda, a partir de 1974, pela
implantação na região da “reforma de ensino”, determinada pela Lei 5.692/71; a
terceira pela implantação da (1975) do Projeto Especial de Educação – MEC/OEA;
a quarta, a criação (1980), sucedendo esse projeto, da Associação Educacional
do Oeste do Paraná – Assoeste (EMER, 1991, p. 285-286).
A região Oeste do Paraná é relativamente
nova, se tomarmos como referência a história do Paraná e do Brasil. No entanto,
apesar de ser de colonização recente, sua localização geográfica nas
proximidades com a Argentina e com o Paraguai e pela facilidade de deslocamento
para a região Sul, para o Sudeste e Centro-Oeste, bem como para a capital do
Estado, tem facilitado o encontro e o convívio de culturas permitindo a
realização de experiências bastante ricas e diversificadas.
Conforme Emer (1991), a
escolarização da Mesorregião Oeste do Paraná, passou por quatro fases a saber:
escolarização particular domiciliar, casa escolar particular, casa escolar pública
e grupo escolar.
A primeira
escolinha em Cascavel, em 1932, foi fruto da construção da primeira igreja,
local onde foi construído o primeiro núcleo urbano do povoado denominado
Cascavel. Foi neste ano que teve início o processo educacional no então
vilarejo de Cascavel. A partir deste momento, a institucionalização da escola
primária foi se estruturando seguindo s políticas que emanavam do governo do
Estado do Paraná.
A produção
acadêmica
Nesta dinâmica de sistematização da
produção existente, Silva (2010), no Guia de Fontes para a História da
Educação na Região Oeste do Paraná, reuniu um significativo número de obras
de autores diversos, com conteúdos variados, de diferentes áreas do
conhecimento. Tal publicação permitiu dar um passo importante, no sentido de
levantar e catalogar fontes, voltada aos interessados em compreender melhor
essa história. Neste levantamento aparecem livros, teses, dissertações e
monografias abordando diversas temáticas como: História, educação ambiental, Ensino,
cultura, música, Arte e esporte, planejamento, gestão e currículo, educação e
trabalho, movimentos sociais, educação especial, saúde pública, planejamento
urbano e economia.
Foram identificados 226
publicações, constituídos por 94 livros, 4 teses, 19 Dissertações e 109
monografias. No conjunto desta produção, destacamos algumas publicações
consideradas pioneiras ao tornarem-se leituras obrigatórias nas pesquisas,
entre elas: Desenvolvimento histórico do Oeste do Paraná e a construção da
escola (1991), de Ivo Oss Emer, dissertação que trata da constituição da
escola na Região Oeste do Paraná, no contexto histórico da formação das
fronteiras do sul do país com as repúblicas da Argentina e do Paraguai, e os
fatores históricos e a integração a economia nacional. Este trabalho tem sido
uma leitura imprescindível para aqueles que iniciam os estudos no campo da
historia da escolarização na região.
Em relação às monografias destacamos
A
primeira escola primária em Cascavel de Sergio Antonio Thomé (2005); A história da escolarização de
Guaraniaçu: da colonização aos nossos dias, Tatiane Zanin (2010) e História
do colégio Bartolomeu Mitre: primeiro Grupo escolar da região oeste do Paraná, Denise Kloeckner Sbardelotto (2007).
No que tange aos livros, Alceu
Esperança, em Pequena História de Cascavel e do Oeste (1980) e Obrages
& companhias colonizadoras: Santa Helena na história do Oeste Paranaense de
José Augusto Colodel (1988) e Obrageros, Mensus e Colonos de Ruy Christovam
Wachowicz (1982), também são
referencias importantes
para compreender o processo de escolarização na região em consonância com as
transformações sociais que se desencadearam no panorama local e
histórico-nacional. Vander Piaia (2013) em Terra, sangue e
ambição: a gênese de Cascavel, levantando antigas polêmicas sobre a verdadeira identidade urbana do
povo cascavelense na perspectiva do desenvolvimento capitalista, em que a
violência foi a marca deste progresso.
Somam-se a esses trabalhos, as
publicações de coletâneas organizadas pelos membros do grupo de pesquisa
HISTEDOPR como segue:
TITULO
|
AUTOR
|
ANO
|
EDITORA
|
Educação
e história regional: os desafios de sua reconstrução
|
ORSO, Paulino José; CASTANHA
André Paulo; SILVA, João Carlos da
CARVALHO, Marco Antonio Batista; PERES, Claudio Afonso.
|
2008
|
Coluna do Saber
|
História
da Educação: levantamento de fontes e instituições escolares
|
ORSO, Paulino José; CASTANHA, André Paulo; SILVA, João Carlos da;MARTIN, Edson;
PERES, Claudio Afonso.
|
2008
|
Coluna do Saber
|
História
da educação: pesquisa e memória histórica
|
ORSO, Paulino José; CASTANHA André Paulo; SILVA, João Carlos da, MARTIN,
Edson, PERES, Claudio Afonso, SILVA,J.C.
|
2008
|
Coluna do Saber
|
História
da Educação: Pesquisa, levantamento de Fontes e Instituições Escolares
|
CASTANHA, André Paulo; ORSO,
Paulino José; SILVA, J.C; CARVALHO,
Marco Antonio Batista
|
2010
|
Coluna do Saber
|
História,
sociedade e educação: o ensino superior e o desenvolvimento local
|
ORSO, Paulino Jose;CASTANHA,
André Paulo; SILVA, J.C; LOERA,
Marcela R. C.
|
2011
|
Coluna do Saber
|
Escola
publica e prática educativas. Cascavel
|
SILVA,
J.C.;CASTANHA,
André Paulo; ORSO, Paulino Jose; ZANOTTO, Marijane
|
2012
|
Coluna do Saber
|
Historia
da educação: formação de professores e escolarização na região Oeste do
Paraná. Cascavel
|
SILVA,
J.C.;CASTANHA,
André Paulo; ORSO, Paulino Jose; PASQUALOTTO, Lucyelle Cristina
|
2013
|
Coluna do Saber
|
Historia
da educação: arquivos, instituições escolares e memoria histórica
|
SILVA, João Carlos da;ORSO,
Paulino José; CASTANHA, André Paulo; MAGALHAES, Livia Diana Rocha
|
2013
|
Alínea
|
Pedagogia histórico-crítica, a educação
brasileira e os desafios e sua institucionalização
|
ORSO, Paulino Jose;CASTANHA,
André Paulo; SILVA, J.C ; LOMBARDI. Jose Claudinei
|
2014
|
CRV
|
Entre
2010 a 2013, com financiamento do Cnpq, implementamos o projeto intitulado “Instituições escolares e
memória histórica na região oeste do Paraná: (1950-1980)”,
tendo o propósito de contribuir para a produção do conhecimento na área da
História da Educação Brasileira mediante a reconstrução histórica das
instituições escolares publicas na região Oeste do Paraná. A pesquisa
delimitou-se a partir de 1950, quando foram criados os primeiros grupos
escolares públicos na região, tendo o município de Cascavel como referencia.
O objeto desta pesquisa, diz
respeito a reflexão e resgate das fontes primárias das Instituições Escolares
Públicas e a partir destas reescrever a História da Educação local e regional.
Esta proposta de pesquisa parte de nossa preocupação, com a recuperação,
manutenção e registro da documentação das Instituições Escolares, que muitas
vezes encontra-se em precárias condições de conservação, cuja documentação
guarda registros históricos sobre as primeiras escolas de Cascavel e região
Oeste[4].
Na perspectiva da articulação da pesquisa em
rede, destacamos a organização de dois Dossiês temáticos publicados na Revista Educere et educare, em 2009 e 2015. O
primeiro, intitulado “História, sociedade e educação”, um conjunto de artigos
na sua maioria assinados por pesquisadores e referência nacional e
internacional em seus campos de estudos. O segundo, “História da educação,
intelectuais e instituições escolares” trouxe contribuições de pesquisadores de
diferentes regiões do Brasil articulados em redes de pesquisa que abordam a
temática em tela, um consistente panorama acerca da produção sobre História da
educação, intelectuais e instituições escolares.
A
produção na Pós-Graduação
No âmbito do Programa de
Pós-graduação em educação da UNIOESTE, Campus Cascavel, em 2012, foi efetivado
a Linha de Pesquisa “Historia da Educação” reunindo pesquisadores que
articulavam estudos e pesquisas que abordassem a educação escolar e não
escolar, a constituição e análise dos fenômenos educacionais, a partir de uma
perspectiva histórica abarcando as seguintes temáticas de estudos e
pesquisas: História e
Historiografia da Educação;Questões teórico-metodológicas da História da
Educação e do Ensino de História e Cultura e História na História da Educação, dinamizando
de maneira mais efetiva, elegendo estudos e pesquisas sobre a historia da
educação regional.
Nesta direção foram ofertadas as
disciplinas: Elementos históricos sobre a escola pública, Fundamentos Históricos da
Educação, Teorias Sociais e educação na história contemporânea,
problematizando aspectos referentes a história e historiografia da
educação. As demais linhas que
estruturam o programa também vêm contribuindo neste sentido como: Educação, políticas
sociais e estado, Formação de professores e processos de ensino e de
aprendizagem e Ensino de ciências
e matemática.
O Programa de Pós-graduação em
educação da UEM, a partir da Linha de Pesquisa:
“História e Historiografia da Educação” tem contribuído com estes estudos com
produção de dissertações com temas voltados sobre a historia da educação na
região oeste.
Entre as dissertações defendidas entre 2007-2016, nos programas de
Pós-graduação em educação da UEM, UEPG E UNIOESTE, evidencia-se 15 dissertações
sobre historia da educação, conforme quadro que segue. Podemos vislumbrar a
ampliação do Programa para os próximos anos como uma contribuição relevante e
decisiva para a produção de pesquisa em educação em âmbito regional e nacional.
Dissertações
defendidas
AUTOR
|
TITULO
|
ANO
|
LINHA
DE PESQUISA
|
INSTITUIÇÃO
|
Leni Terezinha Marcelo Pinzan
|
UNIOESTE:
a histórica luta pela estadualização
|
2007
|
Historia e
historiografia da educação
|
UEM
|
Denise Kloeckner Sbardelotto
|
O
desenvolvimento dos cursos de formação de professores primários na fronteira
oeste
Paranaense:
a criação da primeira Escola Normal Secundária pública de Foz do Iguaçu e do
Oeste do Paraná.
|
2009
|
História
e Políticas Educacionais
|
UEPG
|
Margarete Chimiloski Dolla
|
Os Desafios da Política de Educação para Jovens e
Adultos: o Analfabetismo e as Medidas para a Ampliação da Escolarização no
Município de Cascavel-PR (2006 -2008)
|
2009
|
Educação,
políticas sociais e estado
|
UNIOESTE
|
Karina Griggio Hotz
|
Avaliação da implementação do PROEJA em municípios
do Oeste do Paraná (2008-2009
|
2010
|
Educação,
políticas sociais e estado
|
UNIOESTE
|
Rodrigo Pinto de Andrade
|
História
e historiografia da escola luterana concórdia de Marechal Candido Rondon
(1955-1969)
|
2011
|
Historia e
historiografia da educação
|
UEM
|
Lucas Cardoso dos Santos
|
Do pecado à redenção: o papel
das primeiras damas e a infância marginal em Cascavel
|
2012
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
Maria Valdeny Ferreira Gomes
|
A
expansão da escola publica primária na região oeste do Paraná (1970-1980);
|
2012
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
Valdecir Antonio Nath
|
A primeira
escola secundária pública de Cascavel: Ginásio Wilson Joffre (1960-1980)
|
2013
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
Tatiane Zanin
|
A
constituição da escola pública primária no Município de Guaraniaçu: percursos
históricos
|
2013
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
Jehnny Zélia Kalb Facchi
|
a
trajetória das escolas normais Carola Moreira e Irene Rickli
|
2013
|
História da
educação
|
|
Vera Lucia Ruiz Rodrigues da
Silva
|
Educação
da pessoa com deficiência no Estado do Paraná nas décadas de 1970 e 1980:
coexistência de atendimento em escolas públicas regulares e em especiais
privadas/filantrópicas
|
2013
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
André das Chagas Santos
|
O
ensino de história nos anos iniciais nas escolas públicas do município de
Cascavel (1990-2013): desafios e impasses teórico-metodológicos
|
2014
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
Gilson Leske
|
História
da formação de professores em Cascavel entre 1951 e 1971: A trajetória da
educação rural no Paraná: das escolas rurais as escolas do campo (1961-
2006)
|
2014
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
Claudia Pagnoncelli
|
A institucionalização da
educação infantil no Município de Cascavel: uma abordagem histórica
(1970-1990)
|
2015
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
Francielle Aparecida Garuti de
Andrade
|
O
Colégio comercial marista no contexto da urbanização de Cascavel (1962 a
1989)
|
2016
|
História e
Historiografia da educação
|
UEM
|
Lidiane
Maciel Mufatto
|
O
projeto especial multinacional de educação – Brasil – Paraguai – Uruguai: a
concepção da escola pública na Região Oeste do Paraná: 1975 á 1983
|
2016
|
História da
educação
|
UNIOESTE
|
Fonte:
Autor
Sobre
os estudos no Doutorado destacamos a tese defendida por José Kuiava (2012),
junto a Faculdade de Educação da UNICAMP intitulada Formação continuada de professores em
terras de fronteiras– oeste do Paraná - 1973-1992. Este trabalho aborda uma importante capitulo
da historia da educação do Oeste do Paraná ao tratar sobre as origens,
intenções e proposições do Projeto Especial Multinacional de Educação Brasil-Paraguai-Uruguai –
MEC/OEA entre 1978-1983.
Denise Kloeckner Sbardelotto (2014)
junto à mesma instituição, em sua tese “O projeto educacional da Itaipu
Binacional (1974-1985): uma educação para cada vila e para cada fração da
classe trabalhadora”, trata sobre os cursos normais públicos
de formação de professores primários na atual mesorregião Oeste do estado do
Paraná, especificamente no núcleo urbano “pioneiro” de Foz do Iguaçu. Discute os determinantes políticos e
econômicos que levaram ao desenvolvimento dos cursos de formação de professores
no Oeste do Paraná.
Considerações
finais
Mediante os apontamentos
identificamos um crescimento de pesquisa sobre a história regional nos últimos
anos decorrente da expansão dos programas de Pós-graduação na região.
Evidenciamos que os estudos sobre a historia da educação no Oeste paranaense
não se restringiu ao programa em educação da UNIOESTE, mas se faz presente em
outras instituições.
No conjunto da produção
verifica-se uma emergência de novos estudos e perspectivas de abordagens. A
produção da linha historia da educação, vinculada ao grupo e pesquisa
HISTEDOPR, tem dado contribuições com menor relevo de outras linhas como
politica educacionais. Percebe-se que o crescimento da pesquisa em historia da
educação se acentuou mediante três iniciativas: o surgimento do grupo de
pesquisa HISTEDOPR em 2012, o Mestrado em educação na UNIOESTE, em 2007, e a
implementação da linha historia da educação em 2012 no mesmo programa.
Nesta dinâmica de pesquisa, o
estágio de Pós-doutorado consiste em um momento fulcral da vida profissional,
uma oportunidade de atualizar os conhecimentos por intermédio da interação e compartilhamento
da pesquisa com outras universidades ou grupos de pesquisa. Visa, sobretudo, ampliar
as condições que nos levam a construção de conhecimentos acadêmicos,
científicos e culturais.
Além da produção dos grupos de pesquisa se
destacam ainda autores externos a universidades compartilhando com estudos
sobre o oeste paranaense. No processo de dar visibilidade aos trabalhos
produzidos, acredita-se que é possível colaborar na construção de redes de
pesquisadores no sentido de impulsionar novas investigações.
Grande parte dessa história tem sido perdida em função da ausência de
acervos documentais que possibilitem sua preservação e reconstrução. Mas, não é
apenas isto que nos preocupa. Se persistirmos neste caminho, também acabaremos
perdendo a história que ainda está por ser realizada. Julgamos ser de
fundamental importância a execução de um projeto que vise levantar, catalogar e
preservar a documentação e as fontes de informação que possibilitem resgatar e
compreender a história.
Neste sentido apontamos algumas
ações que julgamos imprescindíveis: 1.Fortalecimento da linha de historia da
educação no âmbito dos programas de pós-graduação; 2. Conscientização da
comunidade interna e externo sobre a preservação documental sobre a história
regional; 3. Constituição de um Centro de memoria acerca desta história no
sentido de guarda da documentação levantada; 4. Estabelecimento parcerias com o Núcleo Regional de
Ensino e Secretaria Municipal no sentido de valorizar, preservar e
disponibilizar os documentos existentes sobre a história das escolas
envolvidas;5. Por fim, dar visibilidade nos resultados, mediante divulgação dos
resultados das pesquisas, junto aos meios de comunicação social impresso e
digital.
O trabalho de identificação, coleta, levantamento e catalogação exige-se
paralelamente à avaliação constante dos acervos. Seus resultados não podem ser
atribuídos separadamente a um ou outro pesquisador, à medida que o trabalho
deverá ser planejado, discutido e realizado de forma coletiva. Dada a
complexidade e dos desafios em desvelar a historia da educação local e
regional, face as dificuldades de acesso aos de acesso aos arquivos e de
localização das fontes, esta tarefa não pode ser limitada as ações da
universidade e de seus pesquisadores.
Ciente dos desafios que se colocam
no levantamento e catalogação de fontes julga-se, esperamos com esses
apontamentos subsidiar a discussão sobre a pesquisa local e regional em face da
produção acumulada na área.
Referencias
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Peter. A escola dos Annales: 1929-1989: A revolução francesa da
historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.
BROCARDO,
Daniele. A historiografia recente sobre
cascavel/pr: identidades e a ação das madeireiras. Revista Oficina do
Historiador. 2014 – Suplemento especial
CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo
(orgs.) Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
COLODEL,
José Augusto. Obrages & companhias colonizadoras: Santa
Helena na história do Oeste
Paranaense.Santa Helena:
Prefeitura Municipal, 1988.
EMER,
I. O. Desenvolvimento histórico do Oeste do Paraná e a construção da escola.
Dissertação (Mestrado em Educação). Rio de Janeiro: Instituto de Estudos
Avançados em Educação, Fundação Getúlio Vargas, 1991.
EVANGELISTA, João E. Crise do
marxismo e irracionalismo pós-moderno. São Paulo: Cortez, 1992.
FONTANA, Josep.
História: análise do passado e projeto social. Bauru, SP: EDUSC, 1998.
FONSECA, Thais
Nívia de Lima e. História e Historiografia da Educação no Brasil. Belo
Horizonte: Autêntica, 2003.
KUIAVA, José. Formação
continuada de professores em terras de fronteiras– oeste do Paraná - 1973-1992. Tese de
Doutorado. Unicamp, 2012.
PIAIA, Vander. A ocupação do oeste paranaense e a formação
de Cascavel: as singularidades de uma cidade comum. Tese de Doutorado. Universidade
Federal Fluminense: Niterói, 2004.
PIAIA, Vander. Terra, sangue e ambição: a gênese de
Cascavel. EDUNIOESTE: Cascavel, 2013.
LOMBARDI, José Claudinei. Marxismo e história da educação: algumas
reflexões sobre a historiografia educacional brasileira recente. Campinas:
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LOMBARDI, José
Claudinei. Historiografia Educacional Brasileira e os Fundamentos Teórico-Metodológicos da
História. In: ______________ (Org.) Pesquisa em educação: história,
filosofia e temas transversais. 2ª ed. Campinas, S.P.: Autores
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LOPES, Eliane
Marta Teixeira. Perspectivas históricas da educação. São Paulo: Ática,
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_________________________
Uma contribuição da história para uma história da educação. Em Aberto,
Brasília: INEP, Vol. 9, no. 47, julho/setembro 1990, p. 29-35.
LOPES, Eliana
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André Paulo; MAGALHÃES, Lívia Diana Rocha (Orgs.) História da educação : arquivos, instituições escolares e memória
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28/03/2016.
SAVIANI, Demerval, LOMBARDI, José
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o debate teórico-metodológico atual. ª. Ed,.Campinas, SP: Autores Associados/ HISTEDBR, 2000
SPERANÇA, Alceu A. Cascavel: a história. Curitiba:
Lagarto, 1992
WACHOWICZ,
Ruy Christovam. Obrageros, mensus e colonos: história do oeste paranaense.
Curitiba: Vicentina, 1982.
[1] A realização pelo Grupo de Pesquisa HISTEDBR e socializadas na sua XI Jornada, realizada em Cascavel-PR, entre
os dias 23 e 25 de outubro de 2013, tendo como temática central de discussão “A Pedagogia Histórico-Crítica, a Educação
Brasileira e os desafios de sua institucionalização” foi um marco
importante na sistematização e apresentação
das pesquisas na área .
[2] Foi no ano de 1969 que a mecanização
desenfreou-se no território cascavelense, devido às influências de um modelo
econômico internacional europeu transplantado para o país. Esse fator foi
utilizado como instrumento para reacender a vida política e financeira do
Brasil, que enfrentava problemas de ordem econômica e social, e os agricultores
foram incentivados a preparar a terra com o emprego de técnicas modernizadoras,
para satisfazer o mercado mundial. Na década de 70, o ciclo madeireiro já se
esgotava pela extração de inúmeras árvores nativas. As indústrias eram mais de
mil, a produção de suínos expandia e a população atingia a estatística de quase
90.000 residentes. Nessa época, foi implantado o sistema cooperativista, em que
agricultores das regiões oeste e sudoeste do Paraná, buscavam soluções para a
grande produção de soja e a sua venda a preços baixos, ausência de
infraestrutura, como local para armazenamento da produção e transporte da
mesma.
[3] O projeto
MEC/OEA iniciou-se no Uruguai, na cidade de Punta Del Este, onde chefes dos
Estados Americanos se reuniram no dia 14 de abril de 1967 para realizar uma
declaração, sendo esta com o reconhecimento da anterioridade da educação na
política de desenvolvimento das Nações Latino – Americanas. Teve como finalidade coordenar juntamente
com os governos dos três países membros: Brasil, Paraguai e Uruguai, na
intencionalidade de ampliar a infraestrutura educacional e oferecer um suporte
em resolver as dificuldades que fossem aparecendo conforme as necessidades
socioeconômicas e culturais. Sua meta era apoiar e promover o desenvolvimento
da educação, proporcionando também um material didático mais adequado com as
características da sociedade regional. Com uma característica principal de
atuação benéfica, principalmente por proporcionar a qualificação dos recursos
humanos que atuam na alfabetização e nas primeiras séries do primeiro grau do
ensino municipal. O Projeto Especial MEC/OEA, exerceu importância no processo
de implantação da estratégia desenvolvimentista na região e sua influência para
a articulação das ações no ramo educacional, no sentido da expansão da escola
publica.
[4]A
realização deste trabalho de recuperação das fontes das escolas das cidades
participantes da pesquisa visava ainda contribuir para o desvelamento da história da cidade e
da região. Este projeto integrou o que estava sendo desenvolvido em âmbito
local e nacional pelo Grupo de Pesquisa em História, Sociedade e Educação no
Brasil – HISTEDBR, no levantamento e a catalogação de fontes primárias e
secundárias para a História da Educação Brasileira. Tinha ainda a finalidade de
fortalecer a linha de pesquisa em história da educação ligado ao Mestrado em
educação da UNIOESTE, Campus Cascavel. Como resultado, foi publicado a
coletânea “ História da educação : arquivos, instituições escolares e memória
histórica” em que expõe experiências concretas de preservação e
criação de instituições para o estudo da História e Memória da Educação,
apresenta uma reflexão sobre a História da Educação, suas formas de expressão,
âmbitos e modos de nos acercarmos do seu estudo, além de, apontar para a necessidade de constituição
de fundos documentais, seu acompanhamento e sistematização.
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